Fundadores – os irmãos Teodoro e Afonso Ratisbonne

 

Padre Teodoro Ratisbonne

Nossa Congregação foi fundada “para ser, na Igreja e no mundo, testemunha da fidelidade de Deus ao seu amor pelo povo judeu e para apressar o cumprimento das promessas referentes aos judeus e aos gentios.” (Constituição 2).

Teodoro Ratisbonne, nascido em Estrasburgo em 1802, de uma família judia em via de assimilação, recebera uma educação cheia de retidão e de afeição, mas de pouca formação religiosa. Escreve: “Não gostava de minha religião nem de todas as outras”. De sua confusão brotou um dia essa oração: “Ó Deus, se existes realmente, faze-me conhecer a verdade, e juro que consagrarei a ela minha vida”.

O ensino de um jovem professor de Filosofia, Luis Bautain, encaminhou aos poucos Teodoro para a descoberta do Deus do Antigo e do Novo Testamento. Teodoro foi batizado aos 24 anos, no Sábado Santo, por Louise Humann, que se tornou sua mãe espiritual. Em 1830 Teodoro foi ordenado sacerdote.

Experiência de Teodoro com as escrituras

Sob a orientação espiritual de Louise, Teodoro viu com maior clareza a ligação entre as Escrituras judaica e cristã, formando uma expressão contínua da fidelidade do amor de Deus e o chamado bíblico para apressar as promessas do Reino de Deus. Ele teve certeza do elo entre as Escrituras e começou a proclamar que elas formam uma única expressão contínua da fidelidade e do amor de Deus pela humanidade. 

Por causa de sua preocupação com órfãos e crianças sem condições de educação, ele estabeleceu pequenas escolas em Paris e Estrasburgo, auxiliado por um grupo de mulheres que, mais tarde, formaram uma comunidade religiosa. Teodoro rezava e buscava sempre sinais de discernimento. 

Foi quando em20 de janeiro de 1842, seu irmão mais jovem, Afonso Ratisbonne, recebeu em Roma, numa aparição de Maria, a graça da fé cristã. À luz da Palavra de Deus, Teodoro decifrou o sentido do sinal recebido de Maria e, estimulado por seu irmão Afonso, fundou em 1843, a Congregação das Religiosas de Nossa Senhora de Sion.

Hoje, a Congregação está estabelecida em 22 países que servem em vários ministérios. As irmãs contemplativas e apostólicas trabalham juntas e rezam com a Igreja para revelar o amor fiel de Deus pelo povo judeu e para trazer o reino de Deus na terra.

 

Seu nome – “Nossa Senhora de Sion”

O nome Nossa Senhora de Sion, escolhido pelo fundador, indica o sentido que tem, para nós, a pessoa de Maria. Filha de Sion por excelência, Maria viveu plenamente a fé e a esperança do seu povo.

Ela disse sim à Palavra de Deus e se tornou mãe de Jesus a quem ela acompanhou até a cruz. Maria estava presente à Igreja que nascia. De posse da plenitude da redenção, ela nos aponta o destino ao qual somos todos chamados.

Sion é o nome bíblico de Jerusalém, Cidade da Paz, símbolo do povo de Israel, o qual Maria pertence. É também a Jerusalém do fim dos tempos, para a qual nós caminhamos, o futuro para o qual estamos nos movendo, o lugar onde Israel e as nações se reunirão.

“Sion, essa palavra lembra todas as esperanças de nossa vocação” (Teodoro Rastibonne).

A experiência fundante do dia 20 de janeiro

“20 de janeiro de 1842 é mais eloquente que mil palavras.”

Padre Afonso Ratisbonne

A experiência do dia 20 de janeiro de 1842 é celebrada como a data de fundação da Congregação. Justamente, porque tem a ver com um grande mistério e até, fazendo menção a São Paulo, “o” mistério por excelência: que Deus revela seu amor por toda a humanidade escolhendo um povo em particular e que Deus nasce deste povo e defende essa escolha dentro da universalidade do Seu amor.

A experiência do jovem Afonso Ratisbonne com Maria, trouxe a resposta que o coração do seu irmão Teodoro vinha buscando. Desta forma, confirma definitivamente seu chamado interior para entrar em relação, a mais estreita possível, com a Virgem de Israel, fato que ocorreu de forma material com a fundação da Congregação que leva o nome de Nossa Senhora de Sion.

“Ela, Maria, não disse nada, mas tudo eu compreendi!”(Pe Maria-Afonso). Esse silêncio de Maria nos deixa o espaço para contemplar e examinar esse mistério sem pensar que chegamos ao fim. Isso é o que Afonso Ratisbonne entendeu e nos transmitiu, e é o que celebramos a cada 20 de janeiro na grande família de Nossa Senhora de Sion.

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